Escrever sempre me salva.
É que no fim de semana eu cometi uns enganos. Não grandes. Comezinhos e nem erros novos foram. Erros diferentes até me excitam. Mas estes iguais!...detesto coisas que não acrescentam. A vida é curta, não convém gastar tempo com mesmos erros. Lembrei da música de mesmo nome. Não gosto.
Não costumo dedicar meu tempo a pessoas, coisas e ações que não me brilham os olhos. Mas às vezes, essa solidão. E lá estava eu, de pé, na sua porta. Aceitei o seu convite e nem sabia porquê. Titubeei até o último instante. Eu sabia que era um erro. Mas havia também a curiosidade que há no início das coisas, e aquela sexta enorme, e eu ali, à toa. Estava quente e sua casa era ampla e arejada. Fui.
E foi tudo médio. Médio como só uma noite que começa com os sentimentos que esta começou (tédio, solidão, necessidade de preencher; o quê, ao certo, meu Deus) pode ser. Eu poderia deixar pra lá e simplesmente esquecer, mas eu detesto desperdiçar meu tempo, principalmente com coisas mornas. Então fico aqui, me amaldiçoando por ter ido à sua casa. Por ter me sujeitado ao meio termo. Por você não ter ligado, nem eu, depois desta sexta. E por eu não ter sentido nada com a ligação que não veio. Mas então eu vim aqui, e coloquei o meu desapontamento para comigo no papel. E me sinto melhor. Escrever sempre me salva. Mesmo que a noite se perca entre as estrelas idas sem maior proveito.
Notas sobre a paisagem: 1) aprender a ser mais branda comigo; 2) aprender a jogar videogame, fazer bolos ou pintura em pano de prato, a fim de evitar preenchimentos desnecessários em noites quentes de sexta.